terça-feira, 10 de agosto de 2010

Pedalando nas vias de fato


Não precisa olhar muito pra perceber que essa peça é única, inconfundível. A Joinville de décadas permanece. A originalidade de um povo batalhador, que tem fé, que cola a santa protetora em uma mão improvisada estendida ao céu também resiste ao tempo, mas não com a mesma intensidade.

A diferença é que atualmente elas, as "zicas" perderam espaço. O que um dia foi o símbolo de uma Joinville industrializada, que se locomovia para as empresas em duas rodas, passa a ser uma lembrança para se guardar na memória, nos museus, ou quem sabe nem isso.

Desde março, quando parte do teto da Estação Ferroviária cedeu, o prédio onde o MuBi (Museu da Bicicleta) funcionava foi interditado. Aproveitando o ocorrido, a Fundação Cultural de Joinville (FCJ) resolveu encerrar o trabalho do museu visto que, segundo a FCJ a situação estava irregular, pois o acervo é de propriedade privada. A decisão tem gerado polêmica e é considerada por muitos um retrocesso. Algumas ações já estão sendo executadas para impedir a extinção deste espaço, mas para a Estação Ferroviária o MuBi não volta mais.

Esta é a segunda batalha perdida. A primeira ocorreu gradativamente, no trânsito da “Cidade das Bicicletas”, se é que ainda podemos a chamar assim. Não houve opção, os motores venceram e o jeito foi adaptar-se e aprender a dividir o espaço com motos, carros, ônibus e carroças de catadores de quinquilharias, já que as ciclovias não fazem parte da maioria das vias urbanas de Joinville. Os ciclistas que ainda restam neste cenário, compõem um grupo que deve gostar de desafios pois, seja por hobby, esporte ou trabalho, enfrentam obstáculos diariamente.

É difícil dizer, mas enquanto cidades modernas e sustentáveis criam políticas de soluções para o trânsito e diminuição da emissão de dióxido de carbono na atmosfera, Joinville parece fazer o caminho inverso. Espero que quem pode fazer algo deixe de ser negligente e quem não tem voz no comando não cruze os braços, lute pra mudar essa realidade, pedalando sempre, enquanto pode.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Metrópole ou interior?

Imagens como esta falam por si, mesmo assim, achei interessante escrever algumas linhas sobre a transição econômica que Joinville vive atualmente. Mais que a maior cidade do estado, a “Manchester Catarinense” é um pólo industrial, que em breve, pode ultrapassar a linha entre interior e metrópole.

Por interesses particulares de empresas privadas, dados demográficos são mascarados, mas Joinville já se aproxima dos 600 mil habitantes, isso se já não ultrapassou essa marca. Multinacionais investem cada vez mais na região. Na cultura somos reconhecidos nacionalmente com o Bolshoi e creio que, assim também será com a Academia de Belas Artes de Florença que está se instalando por aqui. Outro atributo de destaque é a educação. Recentemente Joinville teve as maiores notas do ENEM em Santa Catarina. Esses e outros fatores refletem diretamente na economia, pois geram empregos, despertam interesse e atraem pessoas de todas as partes do país.

Entretanto, todo esse desenvolvimento não faz com que Joinville ganhe traços de uma cidade moderna, que respira 24 horas por dia. Ela ainda dorme de madrugada e dificilmente almoça após as 14 horas. O setor de serviços é de longe o mais deficitário. O recém inaugurado - e para muitos ainda distante - Garten Shopping chegou para agregar, mas por outro lado, pode ser o responsável pelo encerramento das atividades do cinema no Cidade das Flores.

Outro ponto lamentável é o fechamento ou a locação do espaço físico de hotéis da cidade para fins comerciais. Isso fortalece o monopólio das grandes redes fazendo com que o turismo sofra perdas irreparáveis. E esses são apenas dois exemplos de um fluxo cotidiano que ocorre em Joinville. A demanda existe, mas como em uma bolsa de valores, na primeira oscilação ou ameaça da concorrência os investidores desaparecem.

Não basta industrializar a cidade e revitalizar o setor de serviços. É preciso também modernizar o centro, pois, além dos problemas ocasionais, como o risco constante de alagamentos e a falta de estacionamento, Joinville não possui um visual que a represente como deveria. É necessário criar um novo design urbano. Um bom começo seria concluir as obras inacabadas da Via Gastronômica, mas, o maior desafio parece ser verticalizar a região central. Mesmo com a construção civil em alta e o recente projeto de lei aprovado que impulsiona a construção de prédios residenciais no centro, essa realidade ainda parece distante. Há muito ainda que aprender e aplicar por aqui, contudo, a torcida é grande para que tenhamos uma cidade ainda mais competitiva e menos desigual teorica e visualmente.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Agora também no Nossa Joinville

É com satisfação que comunico a vocês leitores do CJ, que a partir do final de Julho o blog ganhou uma coluna no portal Nossa Joinville. Todas as quintas feiras sempre um post novo pra você acompanhar. Tenho certeza que a parceria será de sucesso, visto que lá, você terá um leque maior de assuntos relacionados a cidade.

Participe, comente a coluna e siga-nos no twitter @cotidianojlle.